sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Investigados em operação, irmãos de ministro deixam prisão em Cuiabá

Investigados na operação "Terra Prometida", da Polícia Federal (PF), os irmãos do ministro da Agricultura, Neri Geller, deixaram o Centro de Custódia de Cuiabá (CCC) pouco antes das 22h desta quinta-feira (4). Milton e Odair Geller estavam presos há uma semana devido às investigações de suposta exploração ilegal de terras da reforma agrária, mas foram favorecidos por um Habeas Corpus obtido na quarta-feira.

Milton e Odair Geller, além dos demais investigados liberados nesta noite, foram aguardados por advogados, amigos e familiares desde o final da tarde na saída do CCC. Ao sair, Milton e Odair entraram rapidamente nos veículos dos advogados e, à imprensa, Milton declarou apenas que vai provar sua inocência na Justiça. Já Odair não falou à imprensa.
Os dois irmãos do ministro são investigados na operação Terra Prometida como partícipes de um suposto esquema de exploração ilegal de terras da União destinadas à reforma agrária no projeto de assentamento Itanhangá, localizado no município mato-grossense de mesmo nome, a 447 km de Cuiabá. No dia em que a operação foi deflagrada, os irmãos se entregaram à PF.
Apesar da investigação sobre os irmãos, o ministro Neri Geller não figura como investigado na operação Terra Prometida, tendo sido apenas citado ao longo da apuração, segundo já declararam em nota a PF e o Ministério Público Federal (MPF).
O próprio ministro mais de uma vez já se pronunciou após a operação, dizendo-se de consciência tranquila, afirmando não temer as investigações e dizendo não possuir lote na área onde está sendo apurada exploração ilegal de terras da União. De acordo com as investigações, um grupo liderado por fazendeiros e empresários utilizava de ameaças contra beneficiários da reforma agrária para forçá-los a vender a posse sobre os lotes.
Em seguida, segundo o MPF, eram realizadas fraudes na documentação da área em um esquema que contaria com participação do sindicato rural local, servidores do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e de “laranjas”.
Ao todo foram expedidos 52 mandados de prisão para cumprimento na operação Terra Prometida, fora os mandados de busca e apreensão. Os materiais apreendidos ainda devem passar por análise.
Alvarás
Além dos dois irmãos do ministro, outros oito investigados que tiveram prisão decretada na operação Terra Prometida foram liberados do CCC na noite desta quinta-feira.
Ainda nesta noite o mesmo oficial de Justiça informou que ainda teria outros alvarás de soltura para cumprir em outras unidades prisionais deCuiabá, sendo 15 na Penitenciária Central do Estado e um no Presídio Feminino da capital.

Todos os 26 alvarás de soltura existentes até agora em favor dos investigados presos na operação foram expedidos nesta quinta-feira graças ao mesmo Habeas Corpus, que teve efeito extensivo, segundo decretou a Justiça.
Ao todo, 36 pessoas haviam sido presas na operação. As últimas duas se entregaram nesta quinta-feira. A expectativa é de que sejam liberadas a partir de sexta-feira, beneficiando-se do mesmo Habeas Corpus. Dezesseis pessoas ainda não tiveram seus mandados de prisão cumpridos.

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