sábado, 6 de dezembro de 2014

Produtor reutiliza água de chuva na produção de flores em Munhoz, MG

Armazenar a água da chuva para reaproveitá-la nas plantações de flores foi a ideia do sistema criado pelo produtor Roberval Ramos de Moura, de Munhoz (MG), para contornar o risco de falta de água em períodos de estiagem. A reutilização proposta por ele deu tão certo que ele criou um reservatório para cada estufa onde produz flores no Sul de Minas. O sistema é capaz de armazenar até 2 milhões de litros de água e toda chuva que vem do céu pode ser 'aproveitada'. Com o longo período de estiagem que atingiu a região nos últimos meses, outras cidades pretendem implantar o sistema para aproveitar a água da chuva.

O sistema é simples: a água cai na cobertura das estufas, desce por calhas, passa por uma galeria e chega ao reservatório. A chuva que caiu em Munhoz não foi muita, mas foi o suficiente para encher metade do reservatório criado por Moura e é com esta água que ele irriga as flores pelo menos três vezes por semana.
“A água fica sempre muito limpa e é filtrada naturalmente, sem falar que a chuva é quase sempre uma certeza. Em alguma época do ano vai chover, né? Então vamos poder reservar para utilizar na época da seca. Fica um pouco caro, cerca de R$ 60 mil por tanque, mas o custo-benefício é muito bom”, disse.
De acordo com a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), existem cerca de 20 produtores de flores em Munhoz, que plantam em mais de 120 hectares. “Foi uma necessidade, já que a água na região não é suficiente. O reservatório construído tem capacidade para 2 milhões de litros de água e cheio ele consegue irrigar uma lavoura de dois hectares com flores por até quatro meses”, disse Moura.
Por ter dado certo o sistema, os produtores decidiram construir um reservatório maior, com capacidade para 10 mil litros de água. Novas estufas e outro reservatório também estão sendo construídos. Mesmo com a seca, a produção cresceu de quatro para seis hectares neste ano e devem ser colhidas nove milhões de hastes de flores.
Produtor de Itapeva adere ao sistema 
Em Itapeva (MG), a seca também foi um desafio para a produção de 20 hectares de alstroemérias e rosas, que são vendidas para todo o país. No local, não existe captação de chuva e toda água que abastece o reservatório vem de poços artesianos. Apesar disso, não chegou a faltar água para a produção. A irrigação foi feita por gotejamento e chegou direto pelos canos. O que sobra, volta para o reservatório.
“Com nosso sistema, visamos a economia de água. Temos um gotejador no pé da planta e não há desperdício nas estufas. Não sabíamos quando teria falta de água, e [com o sistema eliminamos] vazamentos. Entretanto, temos um projeto para o próximo ano, que é a construção de reservatórios para fazer o reaproveitamento das águas das chuvas”, disse o engenheiro agrônomo e gerente de produção do local, Maurício Domhof.
Ainda de acordo com ele, neste ano, a área plantada foi mantida, mas a produtividade deve crescer. A expectativa é colher 25 milhões de hastes. No último ano foram colhidos 18 milhões.

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