O governo federal lançou nesta sexta-feira (5) um portal na internet sobre o período da ditadura militar no Brasil, que vigorou entre 1964 e 1985. O site apresenta informações sobre a história do regime e dos movimentos de resistência, além de documentários, depoimentos e mapas. A página também traz uma área de apoio a professores, com planos de aula e material didático para tratar o tema em sala.
“A preservação da memória do país é fundamental, [pois] a democracia começa a ser construída a partir da escola pública”, afirmou o ministro da Educação, Henrique Paim, no ato de lançamento.
O portal foi produzido pelo Instituto Vladimir Herzog em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência.
Além do ministro da Educação, participaram do evento as ministras Ideli Salvatti (Direitos Humanos), Eleonora Menicucci (Secretarias de Políticas para as Mulheres), Luiza Helena de Bairros (Promoção da Igualdade Racial) e a ministra interina Ana Cristina Wanzeler (Cultura).
Além do ministro da Educação, participaram do evento as ministras Ideli Salvatti (Direitos Humanos), Eleonora Menicucci (Secretarias de Políticas para as Mulheres), Luiza Helena de Bairros (Promoção da Igualdade Racial) e a ministra interina Ana Cristina Wanzeler (Cultura).
Em tom emocionado, a ministra Eleonora Menicucci lembrou em seu discurso das torturas a que foi submetida pelos militares durante o regime ditatorial. Ex-militante de esquerda, Eleonora cumpriu pena de prisão ao lado da presidente Dilma Rousseff na década de 1970.
“Só nós que vimos sangue ser derramado, vidas serem perdidas e que tivemos as nossas vidas, os nossos corpos manchados pela ditadura, sabemos o que foi [a ditadura]”, disse. “Naquela época, eu preferia ter morrido, tamanha é a dor da tortura física e psíquica, mas tenho alegria enorme de ter sobrevivido para contar essa história", afirmou.
A ministra Ideli Salvatti criticou as recentes manifestações a favor de intervenção militar no governo federal, que se acirraram, especialmente, após e reeleição da presidente Dilma Rousseff. Segundo ela, o portal tem um papel fundamental para que as pessoas que não viveram a época da ditadura não caiam “no canto da sereia”.
“Neste país, toda vez que um governo tem um perfil voltado para a maioria da população, com políticas (...) de inclusão social, se levantam essas vozes do conservadorismo”, declarou.
Sem mencionar diretamente o escândalo atual de corrupção envolvendo a Petrobras, a ministra comentou sobre a existência de corrupção inclusive na época da ditadura, mas observou que agora a diferença é os casos são investigados.
“A questão da corrupção num processo de ditadura, além de existir (...), não se pode investigar nem se pode sequer denunciar [a corrupção]", disse Ideli.
O representante do Pnud no Brasil, Jorge Chediek, destacou a importância da preservação da memória para “se buscar a verdade, justiça e reparação”. “Esperamos que esse portal ajude a promover uma reflexão mais aprofundada sobre o período [da ditadura] e que abusos de direitos humanos não aconteçam nunca mais.”
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