O novo ministro de Relações Exteriores, Mauro Vieira, defendeu nesta sexta-feira (2), ao receber o cargo do antecessor, Luiz Alberto Figueiredo, uma "diplomacia de resultados" e afirmou que não basta a "presença" do Brasil no mundo – para ele, também é preciso ser “atuante” na esfera diplomática.
Embaixador do Brasil em Washington desde 2010, Vieira trocou de posto com Figueiredo, que deixou o comando do Itamaraty para representar o país nos Estados Unidos.
“Terei sempre em mente que não basta estarmos presentes no mundo. É preciso sermos atuantes. O valioso simbolismo da presença não pode substituir uma diplomacia de resultados, que se mede com números, com ação, engajamentos”, afirmou Vieira, sem dar mais detalhes.
A cerimônia de transmissão de cargo de Figueiredo para Vieira foi realizada em um dos salões do Ministério de Relações Exteriores, que ficou lotado. Parte dos convidados precisou assistir ao discurso de pé.
Em sua fala, Mauro Vieira reforçou o pleito brasileiro por uma reforma no Conselho de Segurança das Nações Unidas. O Brasil reivindica uma cadeira permanente no colegiado na ONU, para que decisões sobre conflitos internacionais não dependam mais apenas de Rússia, China, Estados Unidos, Inglaterra e França.
“O apelo por uma sociedade mundial mais justa e coesa e menos hierárquica corresponde à luta do Brasil por criar dentro de suas fronteiras uma sociedade mais democrática e participativa. Esse sempre foi o sentido do engajamento do Brasil para ajudar na busca de uma fórmula que viabilize a reforma do Conselho de Segurança das Nações Unidas, para torná-lo mais representativo e, portanto, mais eficiente”, disse o novo ministro.
Mauro Vieira disse ainda que vai trabalhar por reforçar a cooperação com países da América do Sul ao mesmo tempo em que tentará ampliar os laços com países ricos como os Estados Unidos e os membros da União Europeia.
“A agenda que nos espera em 2015 é ampla e promissora. De acordo com nossa linha de ação, ao mesmo tempo regional e universalista, trataremos de consolidar a América do Sul como espaço de integração e ampliar esforços no mesmo sentido com o restante da região, os laços com o mundo desenvolvido, com Estados Unidos, União Europeia e Japão, as relações com os membros do Brics, com países emergentes, com nossos irmãos árabes, com todos os membros da comunidade internacional”, declarou.
Em uma indicação de que a política externa brasileira no segundo mandato de Dilma poderá ter um enfoque mais “comercial”, Mauro Vieira afirmou que a prioridade do Itamaraty será ampliar o mercado e captar mais investimentos para o Brasil.
Em uma indicação de que a política externa brasileira no segundo mandato de Dilma poderá ter um enfoque mais “comercial”, Mauro Vieira afirmou que a prioridade do Itamaraty será ampliar o mercado e captar mais investimentos para o Brasil.
“A linha mestra do Itamaraty será colaborar intensamente para abrir, ampliar ou consolidar o acesso mais desimpedido possível do Brasil a todos os mercados do mundo, promovendo e defendendo o setor produtivo brasileiro e coadjuvando suas iniciativas e ajudando no que for
Figueiredo
Ao transmitir o cargo ao sucessor, Luiz Alberto Figueiredo também discursou. Ele agradeceu a presidente Dilma Rousseff pelo tempo em que atuou como ministro (desde agosto de 2013) e disse que o Ministério de Relações Exteriores tem como característica a renovação constante.
Ao transmitir o cargo ao sucessor, Luiz Alberto Figueiredo também discursou. Ele agradeceu a presidente Dilma Rousseff pelo tempo em que atuou como ministro (desde agosto de 2013) e disse que o Ministério de Relações Exteriores tem como característica a renovação constante.
“O Itamaraty tem em seu cerne de cada vez buscar preservar suas melhores tradições e ao mesmo tempo um olhar no futuro, a mudança, a renovação.”
Biografia
Embaixador do Brasil nos Estados Unidos desde 2010, Mauro Vieira é bacharel em direito pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Embaixador do Brasil nos Estados Unidos desde 2010, Mauro Vieira é bacharel em direito pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Funcionário de carreira do Itamaraty, Vieira se formou na academia diplomática brasileira, o Instituto Rio Branco, em 1974. Com um perfil técnico, o novo ministro faz parte da cota pessoal da presidente Dilma na composição do primeiro escalão do governo no seu próximo mandato.
Como embaixador, Vieira serviu, entre 1982 e 1985, na Missão do Brasil junto à Associação Latino-Americana de Integração (Aladi) em Montevidéu, Uruguai. Ele também trabalhou na Embaixada do Brasil na Cidade do México, de 1990 a 1992; na embaixada do Brasil em Paris, entre 1995 e 1999 e na Embaixada do Brasil em Buenos Aires, de 2004 a 2010. Desde 2010, é embaixador do Brasíl em Washington, capital norte-americana.
Entre 2003 e 2006, o novo ministro foi representante do Ministério das Relações Exteriores no Conselho de Administração da Itaipu Binacional.
Também no Itamaraty, Vieira ocupou cargos de destaque no ministério: foi coordenador de Atos Internacionais; assessor do Secretário-Geral do ministério; assistente do chefe do Departamento Cultural; assessor de ministro das Relações Exteriores; chefe de Gabinete do secretário-geral; e chefe de Gabinete do ministro das Relações Exteriores.
Nenhum comentário:
Postar um comentário